Planejadora financeira dá dicas para esse investimento de curto prazo.
“Sempre há tempo”, diz a especialista em finanças Graziela Suman, planejadora financeira CFP® pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros). Se até os 50 anos suas preocupações foram mais urgentes, correndo atrás das conquistas cotidianas, sem muito tempo de poupar e planejar, saiba que não é o fim do mundo. “Antes tarde do que nunca é o lema”, destaca.
“O aumento na expectativa de vida faz com que vejamos os 50 anos de hoje diferente de como víamos 30 anos atrás, e certamente teremos que trabalhar 20 ou 30% mais do que nossos pais ou avós trabalharam”, explica Graziela.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), um indivíduo ao completar 50 anos na década de 40 tinha uma expectativa de vida de mais 19 anos, vivendo em média 69 anos. Com a diminuição da taxa de mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida, um indivíduo de 50 anos, em 2015, tem a expectativa de viver mais 30 anos, ou seja, uma média de 80 anos.
Por esses e outros motivos, o planejamento da aposentadoria se dá de maneira muito diferente do que ha décadas atrás. Se você quer saber por onde começar, é simples: analise, planeje e cumpra. “Tem que ter controle dos gastos, utilizar planilhas, organizar o orçamento, visualizar todo seu consumo, só assim será possível identificar se está acontecendo algum desperdício”, diz a especialista. “Não tem fórmula mágica, tem que saber quanto gasta, estabelecer prioridades e cumprir a estratégia com disciplina”, destaca.
Também não há receita sobre qual o melhor investimento a fazer, existem diversos tipos, desde poupança até previdência privada e títulos públicos. Tudo depende dos objetivos e possibilidades de cada um. A planejadora ressalta que “sempre é preciso analisar os prós e contras de cada produto, e esse peso varia de acordo com perfil e objetivos de cada investidor”.
“Com relação à construção da poupança ou do investimento, isso muda de fato com a idade, pois existe menos tolerância ao risco, e por isso é tão importante pesquisar e planejar muito bem”, diz Graziela.
Por isso pesquise bastante, procure informações com especialistas no assunto. E atenção! A planejadora alerta que “não existem sugestões milagrosas ou mágicas, cuidado para não se iludir”. “Existem opções muito atraentes, mas olhe com desconfiança, pois há muita gente sem caráter que se aproveita de momentos de vulnerabilidade como esse”, explica.
Outra decisão que demanda planejamento é: quando devo me aposentar? Para isso Graziela recomenda “escolha consciente”. “Se a pessoa tem um emprego em que está feliz e tem benefícios valiosos para si, não faz sentido abrir mão”, diz. Mas se a intenção é partir para uma nova empreitada, “é preciso avaliar os riscos”.
“Se eu trabalhei durante 30 anos em banco, sempre tive emprego fixo nessa mesma área, e quando me aposento abro uma loja de sapatos, é preciso pensar: o que eu sei sobre sapatos, sobre consumo, sobre esses clientes?”, explica a planejadora.
“Os riscos são inerentes de todas as profissões, mas você deve avaliar e identificar a possibilidade de uma mudança como algo positivo, que te atenda profissional e financeiramente”, destaca. “Se você tem um sonho, é preciso ir se preparando e construindo ao longo dos anos”, acrescenta Graziela.
Tudo é questão de planejamento. “Sonhos são fundamentais, mas os riscos existem”, diz a especialista. “O grande lema da vida é: pare, pense e avalie”, conclui.