Estudo da USP analisa possível retardamento nas células do envelhecimento.
Um novo estudo realizado pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo indica que o Lítio pode ser um aliado importante no combater ao Alzheimer, doença neurodegenerativa que provoca perda de memória e, com o passar do tempo, os movimentos naturais do corpo e da mente.
O metal já foi considerado como suporte no tratamento da doença, mas faltava a comprovação do método. O Lítio é usado atualmente no controle de depressão e transtornos bipolares.
Durante a 34ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Campos do Jordão (SP), Tânia Viel, professora da EACH, apresentou os dados levantados no estudo.
Durante a pesquisa, ela colocou em prática uma técnica que transforma células adultas – do sangue ou do fibroblasto (camada mais interna da pele) – em células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês), que foram induzidas a se diferenciar em astrócitos, o tipo celular mais abundante do sistema nervoso central.
Esses astrócitos foram separados em dois grupos. Conforme sofriam o envelhecimento natural da célula, uma parte foi tratada com Lítio, e a outra não teve nenhuma interferência.
“Observamos que o envelhecimento foi bastante reduzido nas culturas que receberam o Lítio. O envelhecimento celular é um dos fatores relacionados ao aumento do câncer e de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson”, disse Tânia em entrevista para o Jornal da USP.
Além disso, foram feitos testes em camundongos à medida que seus cérebros envelheciam. “Os animais tratados com Lítio desde pequenos mantiveram toda a formação da memória. Existe uma relação grande entre o aumento de ansiedade e a perda de memória na velhice. A redução da ansiedade nos animais pode estar relacionada à manutenção da memória”, finaliza Tânia.
Fonte: Jornal da USP