25% das pessoas acima de 70 anos continuam a ganhar peso.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, 700 milhões de adultos sofrerão de obesidade, enquanto 2,3 bilhões estarão com sobrepeso. Mas, o cenário é um pouco diferente para os mais velhos.
Márcio Correa Mancini, chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que o excesso de peso e a obesidade vão aumentando no decorrer da vida, e a partir de mais ou menos 65 a 70 anos a prevalência começa a diminuir.
Mas, na verdade, isso não significa que os idosos perderam peso ou pararam de engordar. Os números são menores devido ao grande índice de mortes por obesidade e suas complicações nessa faixa etária. “80% das pessoas com diabetes tipo II possuem antecedentes familiares da doença ou estão acima do peso”, enfatiza Márcio.
Apesar das estatísticas, 25% dos idosos acima de 70 anos continuam a ganhar peso, por isso é muito importante manter uma rotina de emagrecimento desde cedo. Mas, se isso não acontecer, ainda é possível estabelecer a prática de exercícios físicos durante o envelhecimento.
“Na obesidade você pode ter contraindicações cardíacas ou ortopédicas em algum tipo de exercício. Então, isso tem que ser avaliado individualmente, caso a caso”, explica Correa. Além disso, a alimentação também deve ser consultada com um especialista.
A gordura visceral também deve ser sinal de alerta entre os mais velhos. “Têm indivíduos que quando ganham cinco quilos já esgotam a capacidade de ganhar peso no subcutâneo e começam a acumular na região do abdômen”, enfatiza Márcio. Esse tipo de gordura é muito preocupante e deve ter acompanhamento médico, pois ela pode implicar em problemas no fígado, pâncreas, nos vasos e também no aumento das triglicérides, da glicose e no eventual surgimento de inflamações como cirrose, fibrose e câncer no fígado.
É muito comum também que idosos tenham obesidade sarcopênica, quando a pessoa acumula muita gordura e pouca massa muscular. Isso de deve à perda natural de massa com o passar dos anos, mas principalmente pela falta de atividades físicas e da diminuição do hormônio de crescimento. Por conta disso, é muito importante manter uma prática regular de exercícios e uma alimentação balanceada, além de se consultar sempre com um médico.
Fonte: Jornal USP