Sorriso saudável na maturidade

 Fique atento! Quanto mais rápido o diagnóstico de problemas bucais, maiores as chances de solução.

Como em qualquer idade, para manter a saúde bucal é preciso ter disciplina e frequência na higiene bem feita, na escovação de todas as superfícies dos dentes e no uso do fio dental. Precisa cuidar sempre e manter consultas periódicas com o seu dentista.

Mas, o envelhecimento impõe um cuidado especial. Tabagismo, diabetes e o bruxismo (apertamento ou ranger dos dentes) são os grandes vilões da saúde bucal na maturidade porque podem acentuar a perda óssea, acelerando a perda dos dentes.

Nossa equipe entrevistou os cirurgiões-dentistas Sandra Stoppe Capuano, Fausto Capuano Neto e Marina Conde para saber mais sobre prevenção e cuidados especiais.

Quais são os problemas mais comuns entre os pacientes que passaram dos 50 anos?

Um dos problemas mais comuns é a periodontite. Essa doença, que acomete a gengiva e o osso ao redor dos dentes, normalmente tem seu início precocemente. Entretanto, por suas características de progressão lenta e pouca dor, costumam resultar em diagnóstico tardio, já na vida madura. Outros problemas são tabagismo, diabetes e o bruxismo (apertamento ou ranger dos dentes) que podem acentuar a perda óssea, acelerando a perda dos dentes. O bruxismo também está implicado com as fraturas dentais, principalmente em dentes com canal tratado há muito tempo, com núcleos (pinos internos) e coroas protéticas, condições comuns em pacientes nessa faixa etária.

O que a síndrome da ardência bucal?

A falta de salivação e o refluxo estão associados à síndrome, um quadro multifatorial mais complexo e que leva a um grande desconforto. A xerostomia, ou seja, a falta de salivação adequada, causada principalmente por medicamentos, como anti-hipertensivos, pode causar problemas graves, como cáries nas raízes já expostas pela retração da gengiva.

O refluxo esofágico também tem grande incidência após os 50 anos. Os episódios de acidez podem “amolecer” a estrutura dos dentes, a chamada “erosão ácida”.

Existe diferença entre cuidados para uma boa saúde bucal para homens e mulheres maduros?

Não há diferença entre gêneros, mas existem doenças que prevalecem em determinados sexos, como a menopausa e alguns e alguns tipos de câncer, que podem afetar de forma diferente a saúde bucal. Nesses casos, uma boa higiene oral e visitas periódicas ao dentista podem minimizar o problema.

Como deve ser a higiene bucal nessa fase? Existem cuidados específicos para a idade?

O importante é ter uma higiene bem feita, com escovação em todas as superfícies dos dentes, uso do fio dental, e, para os portadores de implantes, ou próteses fixas, o uso de meios complementares, como escovas interdentais ou WaterPik. Escovas elétricas também são recomendadas, especialmente por aqueles pacientes com dificuldades motoras.

Qual deve ser um sinal de alerta para o público maduro voltar ao dentista? Com que frequência, ele deve fazer a manutenção?

A frequência varia de acordo com o histórico médico e dental, e a qualidade de higiene de cada paciente. Pacientes diabéticos, portadores de refluxo da válvula cardíaca ou de stents, imunodeprimidos (como é o caso de pacientes em radio ou quimioterapia) e os transplantados de órgãos têm que redobrar os cuidados porque podem ser prejudicados por bacteremias de origem bucal.

Sinais comuns da necessidade de voltar ao consultório são o sangramento gengival, o mau hálito, e dores na boca de modo geral.

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