Herança: devo planejar ou não?

Futuro dos filhos pode gerar apreensão para muitos pais e mães.

A preocupação de muitas pessoas quando vão envelhecendo é deixar herança para os filhos, seja em forma de patrimônio, imóveis ou seguros de vida. Mas vamos levar algumas coisas em consideração antes de dedicar o pensamento à vida dos filhos quando você não estiver mais aqui?

O educador financeiro José Vignoli destaca que “um bom planejamento financeiro é aquele que proporcione tranquilidade financeira durante toda a vida, principalmente quando vemos o tempo passar e já não temos tanto tempo para continuar a criar valor, renda”.

José Vignoli, educador financeiro

Por isso, lembre-se de planejar a sua vida, de focar no seu bem-estar na velhice antes de priorizar o que vão herdar. “Deixar uma herança pode ser uma preocupação, mas tem que ser pesada sob diversos aspectos. Muitas vezes caímos naquele erro de que ‘meu filho não vai passar por aquelas dificuldades que passei’, confundindo trabalho, esforço e dedicação com sofrimento. Ao agir assim o ‘pai protetor’ está não deixando uma herança, mas sim colocando em risco o futuro de seu patrimônio.”, explica.

Vignoli expõe que “ninguém vai deixar de ajudar, de eventualmente participar, mas há limites para que os herdeiros sintam o real valor do dinheiro, fruto do esforço e do trabalho. Existem ditados que são sempre atuais como ‘o que vem fácil, vai fácil’”. Quantas são as histórias de famosos e anônimos que conhecemos em que os herdeiros perdem a herança e ainda se enchem de dívidas?

E o que se pode fazer então para preparar os filhos? Para o educador financeiro, “o herdeiro tem que ser bem formado, entender a origem das coisas e não imaginar que dinheiro dá em árvore. Famílias de muitos recursos chegam a contratar consultorias para orientar seus herdeiros e a meritocracia tem sido uma das exigências para a participação nos negócios.”.

“O bom aproveitamento da herança não é resultado da simples transferência dos recursos, mas sim da sólida base moral que lhe foi passada durante a vida. Valores morais, hoje desprezados, são elementos fundamentais para que se aproveite a vida de forma equilibrada.”, completa.

Então qual o melhor conselho para quem está com essas preocupações? “Deixar um caminho pavimentado para que os herdeiros possam receber o legado com responsabilidade, sabendo a importância dele, mas não desprezando seu esforço em criar a sua própria história”, conclui Vignoli.

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